sábado, 9 de dezembro de 2017

O dia que descobri a solidão

Estava refletindo sobre a minha vida, enquanto ouvia Youth da Daughter. Automaticamente lembrei do ano de 2015, aquele tempo que nunca quero retornar e, mesmo que eu voltasse, faria algumas coisas diferentes. Com certeza.

Foi nessa época, que mais uma vez fui vítima da desilusão amorosa, algo que é muito forte para alguém do meu tamanho. E ainda morava em um lugar que era considerada uma "intrusa", era tudo por minha conta, fazia tudo sozinha, quem via, pensava que eu morava sozinha.

Eu notei que fui realmente abandonada e até que fui bastante independente. Quando determinei que seria cinéfila, eu ficava horas e horas no sofá, fazendo maratonas de séries e filmes fora do convencional na Netflix, foi por causa dessa situação que me apeguei a um hobby, em que eu já tinha afinidade, apenas aprimorei e só pude ter benefícios.

Não tinha outra coisa para fazer, aprendi que eu era a melhor companhia ali.

Por mais que eu morava em um prédio, cheio de gente para todo lado, irônico ou não, os corredores e halls viviam vazios, parecia um local assombrado, somente era ouvido passos, conversas desconexas, sensores de luz ligando e desligando, porta do elevador fechando e a batida da porta da saída de incêndio, mas nada de aparição de alguém feito de carne e osso.

Sempre tentei usar qualquer coisa como forma de escape da minha realidade e nem estou falando de drogas ilícitas. Eu passei muito tempo trabalhando, lendo, ouvindo música e traduzindo, assistindo e saindo para as festinhas que tinha na rua de cima. Procurava alguém para ouvir meus desabafos, enquanto eu simulava, na verdade, uma ida ao psicólogo.

Era deprimente eu ir a uma festa apenas com o propósito de sair de casa. Apesar de estar beirando a fase adulta, não queria beber até perder o rumo da cama, apenas queria chegar na festa, pegar minha Stella Artois, sentar no sofá com meu cigarro e ficar o tempo todo lá, apenas assistindo a vida dos outros e analisando o comportamento de cada um. Não dançava, muito menos cantava, já que a música estava longe do meu estilo. Quando dava umas 2h da manhã, arrumava minha bolsa e saía da festa sem ter que cumprimentar ninguém, de fininho para que ninguém percebesse.

Como eu não trabalhava aos finais de semana, aproveitava e dava uma volta na Paulista, aos sábados. Me arrumava apenas para pegar o metrô, desfilar pelas ruas, entrar nas lojas e livrarias, depois comprar um maço de cigarro e acabá-lo antes mesmo de chegar em casa. Aos domingos, arrumava a casa por completo, voltava tudo para o seu devido lugar e eu tinha uma filosofia sobre isso, fingia que organizando todo aquele lugar, era com se eu estivesse arrumando meus pensamentos e sentimentos.

Nessas idas e vindas, eu percebi que ria e conversava comigo o tempo todo. Quando eu era mais nova, não queria ser como a personagem Lula Molusco ou aqueles indivíduos que vão ao cinema sozinhos, mas olha que brincadeira do destino, acabei ficando idêntica. Eu comprava as coisas para mim, ficava imaginando diálogos de pessoas que estavam juntas, aparentemente namorados e, acabava assistindo algo sozinha que estava em cartaz.

E ainda fazia pouquíssimo tempo que havia terminado um relacionamento. Foi escolha dele. Simplesmente o amor dele por mim foi embora, assim como a Lua desaparece do céu, sem que a gente perceba. Dei tanta liberdade, que ele aprendeu a voar e nunca mais voltou ao ninho. Até hoje, me pergunto como isso aconteceu.

Dependendo da situação, odeio ficar sem respostas.

Eu reconhecia que era infeliz, mas contente com meu estado atual, sentia que estava evoluindo um pouco, era muito dependente de parentes, principalmente. Mas morando ali, estava fadada a viver apenas desse jeito, não tinha outra escolha.


Inconstante

Hoje está aquela manhã típica de São Paulo, um leve friozinho com aquele céu completamente nublado. E se você pensa que eu odeio, está enganado, foi justamente isso que fez eu me apaixonar desde que me entendo por gente. Até me comparo com o tempo maluco daqui, mudo repentinamente. Uma hora faz calor e na outra, uma tempestade com baixas temperaturas.

Sou assim.

Outras pessoas já irão entender que sou geminiana nas entrelinhas. 

Self Love

I'm tired to be treated like that. For me, it's ok if you kiss somebody else, but your ex-girlfriend? Again? I can't compete wit...