quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Texto para caso você não volte

Não sei por onde começo...

Tenho que admitir que escrevo esta carta há cerca de dois meses, sempre que lembro de algo ou vejo que tenho um pensamento recorrente, eu deposito aqui. Eu me sinto ridícula e tenho receio de você me achar também? Sim! Mas eu sou muito de dar cara à tapa, ou melhor, sigo do meu ditado: “o ‘não’, eu já tenho como resposta, só me resta a humilhação”.

Risadas à parte, eu só quero acreditar que você não estava me evitando devido algumas evidências que notei (queria que fosse tudo apenas paranoias e teorias sem fundo da minha cabeça). Eu cheguei a pedir para que nada mudasse entre a gente e aconteceu justamente ao contrário.

Mas eu diria que do mesmo modo que você tem o dom para escrever letras de música, eu diria que eu tenho o dom para escrever textos. É o único jeito que sei me expressar. Não sei também como você vai encarar isto ou ao menos ler.

Desde aquela terça-feira, assim como desde abril desse ano, tudo que eu te disse, eu não disse para conquistar ou apenas conseguir o que eu queria, eu disse de coração, porque é o que eu realmente penso e sinto por você.

Eu fiquei pensando – e ainda penso – todos as horas e os dias no que aconteceu. Andava até a varanda, olhava a rua, assim como os carros passarem, na esperança de te ver passar também. Ou até de você surgir de repente à minha porta para pedir desculpas com palavras embaralhadas.

Meu coração palpita ao imaginar que poderei acordar novamente com uma breve notificação escrito “bom dia, biboca”, eu me sentia especial e querida. Afinal, sempre me chamam por apelidos abreviados do meu nome original, ninguém criou um do zero, em que o significado da palavra pouco importa para mim. Apenas era algo único.

Eu não tenho raiva de você, apenas fiquei chateada. Confesso que me sinto ingênua e até uma garotinha na sua mão, pois não tive a malícia de ver que você poderia ser assim comigo. Até hoje, quando releio as mensagens, eu quero acreditar, que pelo menos, uma parte de você estava falando a verdade para mim.

Quando você disse que “saía com gente”, eu não te julguei. Mas você abriu uma longa interpretação sobre você. Não vou dizer que me senti usada, pois não quero parecer clichê, mas me senti “traída”, pois aquele homem que idealizei ser o Pierrot da minha história, não era tão Pierrot assim. Você é bonito, inteligente, engraçado... Fui tola em acreditar que não há mulheres, homens a fim de você (eu interpretei que você seria bissexual com a sua frase dita no início do parágrafo).

Eu fiquei muito em uma bifurcação. Não sabia se corria atrás de você, para te mostrar o meu interesse e parecer chata ou se te deixava quieto, mas tinha medo de você interpretar que eu não estava nem aí. Permaneci nessa constante e ainda não sei se tomei o caminho correto.

Acho que a história do celular era mentira. Mas a parte de já ter sido casado me convenceu, pelo fato de você ser sensível assim como eu. Não quero dizer que gostaria de ser sua terapia, tirar essas más lembranças de você, até porque não tenho esse poder. Mesmo as más recordações fazem parte do nosso ser e são responsáveis por construir nosso caráter, nossa visão do mundo e por aí vai.

Sobre o fato de você ter medo de não conseguir dar o que eu quero, o que eu almejo, ser o “partidão”, não sei se estava falando de coisas materiais, pois eu jamais me importei com isso. Se for em sentimento, não tem problema. Caso queira, podemos aprender juntos a saber lidar com este empecilho, sem pressa, apenas um passo de cada vez, sabe?

E tudo depois daquele singelo beijo, ainda me culpo. Me pergunto o que fiz de errado para você sumir, me evitar. Pois, se você tivesse feito sexo comigo e sumido, eu ia entender mais fácil, que você só queria aquilo e acabou. Mas o beijo? Algo tão sensível, inocente, delicado... Talvez não é algo para eu entender.

Talvez eu possa estar apenas sendo dramática demais. Ou carente. Talvez, na realidade, quem perdeu o brilho por quem foi você por mim, eu não fui boa o suficiente. Existem várias interpretações, só sei que abri meu coração mais uma vez, na intenção de acalmar minha mente. Pois, dessa vez, quem está no canto apenas te observando de longe sou eu.

Incrível como todos os filmes e todas as músicas que ouço, mesmo no modo aleatório, parecem falar da sua companhia daquela breve noite. Tento negar o que sinto e fingir que estou sendo emocionada, boba, mas eu sempre penso em você. O que eu não faria pra poder reviver aquelas únicas 2h que fiquei com você?

Na falta dos seus áudios aleatórios, chegando em casa com o barulho do molho de chave gigantesco que te acompanha, eu ouço 8h30 para ouvir sua voz e interpretar os versos no repeat. Me pergunto se foi baseada em fatos ou se escreveu do zero, apenas pensando em algo que veio à mente no momento.

Se você não tinha real interesse, por que fingiu que gostava de mim? Agora, eu me encontro aqui tentando te esquecer... E antes de mais nada, me perdoa sobre qualquer coisa. Nunca tive a intenção de despertar algum gatilho, insegurança ou o que quiser chamar.

Esta carta não é uma despedida, apenas uma forma de desabafar, pois aguardei tantos dias na esperança de falar o que sinto para você, mas vi que não aconteceu como escrevi no meu roteiro.

Espero que esteja bem, meu bem. Eu gosto de você.




Obs: Ele não voltou até hoje...


Self Love

I'm tired to be treated like that. For me, it's ok if you kiss somebody else, but your ex-girlfriend? Again? I can't compete wit...