sábado, 28 de julho de 2018

Desfocado

Eu estava sem os meus óculos quando te levei à porta.
Você se despediu e foi andando, pois ninguém vive apenas do ar que respira.
Não sei se você acabou ouvindo, mas eu abri o portão para te ver.
Gosto de olhar você indo, até o final da rua, até onde eu posso te enxergar.
Assim como as outras vezes, eu vou vendo a forma do seu corpo se desfazendo, perdendo o foco, até o momento em que parece uma linha preta em meio as outras formas, que tento destinguir.

sábado, 21 de julho de 2018

Noites

Chorei
no quarto
ao lado do seu

Temi
você ouvir
os meus suspiros

Gritei
em silêncio
pedindo por ti

Aguardei
até adormecer
você retornar
dizendo que mudou de ideia.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Fire Walk With Me

Antigamente, eu ateava fogo pelas minhas entranhas, passava horas fazendo isso.
Não tinha medo do perigo, muito menos da morte.
Mas de repente, deixei o vício de lado.
Para você ser o responsável em atear fogo em mim.

Carinho

Recordo todas as vezes que você passou sua mão em meu rosto, me acariciando. Sempre fecho os olhos para sentir melhor.
Agora mesmo, enquanto escrevo, se eu fecho os meus olhos, ainda posso sentir sua mão descer lentamente, de maneira doce.
Deus sabe quantas vezes eu me perco entre as minhas memórias, revivendo momentos, pois não posso vivenciá-los diariamente.
Todas as noites, tenho esperanças. Te aguardo para que venha de encontro com os meus braços.

Sleep

I just want to sleep in your arms
Wake up by your side
And kiss your neck

Feel your fingers through
my hair
Before I sleep

Hearing you telling the stories
about your life

Listening to the music
on the radio.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Take me out tonight

Recomendo que leia ouvindo uma mini playlist, composta por três músicas: “The Night We Met”, de Lord Huron; “Broken”, do Jake Bugg; e “I Get Overwhelmed”, de Dark Rooms. Todas pertencem ao gênero Indie, que não faz o gosto da maioria das pessoas, eu entendo.

 A primeira música mexe comigo de uma forma que eu apenas visualizo nós dois em minha memória. E a segunda, recordo de estar na mesa de jantar tomando café da manhã contigo e essa música iniciou-se, logo perto do refrão, você disse “eu amo você”. Já a terceira faz parte da trilha sonora de “A Ghost Story”, um filme melancólico com pouquíssimos diálogos, mas muito profundo, quando assisti eu fiquei imaginando se aconteceria aquilo comigo, caso eu morresse primeiro que você.

Eu lembro quando saímos pela primeira vez, nós fomos tomar um café, em um local muito aconchegante, em um subsolo bem discreto, iluminado pela abertura da escada e algumas luminárias.
Enquanto o meu frappuccino estava gelado, eu me questionava quando é que me aninharia em seus braços para que eu pudesse me aquecer. Eu estava muito nervosa. Por dentro, eu tremia com receio de fazer ou dizer algo, que minha chance contigo fosse por água abaixo.

Quando estávamos sentados nas poltronas de couro marrom, havia um pequeno holofote da iluminação, logo acima da sua cabeça e era exatamente como eu te vejo até hoje, sempre como o meu maior astro, a minha celebridade.

Não me recordo como eu pisquei e já estava em seus lábios, mas você me puxou para si e quase perdi minha dignidade em meio àqueles estranhos, pois estava te beijando como se o amanhã não existisse, a saia do meu vestido subia conforme eu entrava no seu abraço. Resolvemos retirar os nossos óculos, pois não enxergávamos mais nada através das lentes.

Ficamos por horas conversando, contando nossas histórias e experiências durante a vida, eu não queria que aquela noite chegasse ao fim, perdemos até a hora de irmos embora.

No caminho para a estação, recordo que seu All Star preto, de cano alto, havia desamarrado e pediu um instante para que ajeitasse. Você agachou e eu notei que é um tanto perfeccionista, já que seu cadarço estava extremamente alinhado. Fiquei me questionando quantas veria essa cena novamente, poder te admirar, enquanto faz o ato simples de amarrar os cadarços do próprio par de tênis.

Quando estávamos voltando para as nossas respectivas casas, ao descer a longa escada rolante, olhei para você de costas, logo na minha frente, pensei rápido ao ver sua mão e resolvi segurá-la. Jamais quero soltá-la.

Antes de adentrarmos no nosso trem, nos beijamos encostados em uma das pilastras da estação, perto dos pôsteres. Enquanto o trem passava, as pessoas entravam e saíam, você olhou nos meus olhos, como avistasse a minha alma apaixonada e disse:

“Quando nos veremos novamente?”


Jamais alguém me disse isso.

Coisas do meu coração

Pode parecer meio clichê, quando eu falo que "não vivo mais sem você", mas essa é a única maneira que acho simples de falar o que estou sentindo, sem que eu me perca nas palavras ou na vergonha de abrir o meu coração.

Todas as horas tornaram-se as melhores, já é difícil para escolher qual eu prefiro.

Eu acordo com facilidade pela manhã, você sabe muito bem. Eu abro os olhos, olho para o meu lado e você está lá, normalmente, com suas costas nua descoberta, porque não gosta do calor do cobertor , diferente de mim. Está deitado de lado, virado para a claridade da janela, que já admitiu te incomodar.

Dificilmente você ronca. É comum te ouvir ranger os dentes, acredito que o estresse deve ser o responsável. Você me contou que tem a mania de chacoalhar os pés para pegar no sono, como uma criança que espera a mãe balançar o berço para que adormeça, mas já percebi que isso virou um cacoete, pois você movimenta-se mesmo aparentando estar dormindo.

Nunca te contei, acho. Mas quando vejo que acordou, finjo que estou ainda dormindo, gosto de sentir você me abraçando ou me puxando para mais perto, permitindo que eu deite no seu peito, como de costume. 


Self Love

I'm tired to be treated like that. For me, it's ok if you kiss somebody else, but your ex-girlfriend? Again? I can't compete wit...