quarta-feira, 27 de junho de 2018

O caminho foi tão difícil quanto chegar aos seus braços

Eu lembro daquele dia... Prometi que iria na sua confraternização, veria você apresentar aquele trabalho. Aquele mesmo, que você dizia estar ocupado fazendo-o, sendo que nem sempre encontrava-se com os seus amigos para desenvolvê-lo. O mesmo projeto que você me tratava, principalmente na frente dos seus amigos, como se eu não existia.

Não recordo direito o horário que desci na estação, mas você não me aguardava para irmos juntos. Eu prometi que conseguiria chegar ao local sem ter a sua ajuda.

Estava chovendo muito forte.

Eu desci as escadas escorregadias e dei de cara com uma avenida enorme. Carros iam e vinham sem parar. Eu estava realmente perdida.

Tinha um mapa no meu celular, porém não era muito confiável, pois após parar pela terceira vez em uma loja de materiais para construção, o moço me informou que esse caminho era perigoso para uma moça como eu. Fui indicada a fazer outro.

Andei por ruas, avenidas, vi gramados enormes no meio do nada, subi ruas, passei por um local que parecia uma reserva ambiental. E descobri, finalmente, que estava próxima.

- Cadê você?
- Eu estou chegando, acho que me perdi.
- Ah, tá. Que demora!
- Desculpa, eu não tenho dinheiro para pegar o ônibus, por isso resolvi tentar vir a pé.
- Tá, falta muito?
- Não, é sério.

A escola assemelhava-se àqueles colégios americanos, dignos de filmes para adolescentes. Tinha um estacionamento para os alunos e professores, um pátio de cimento que ia até os olhos não alcançarem mais. E, por fim, avistei o prédio, ainda não tinha te visto.

Pensei que estaria me aguardando, em um daqueles bancos que ficavam nos cantos ou até mesmo na portaria, mas nada. Passou isso pela minha cabeça, já que tinha me ligado alguns minutos antes, depois de uma hora e meia de atraso.

Fiquei com vergonha por um momento, não sei o motivo. Sentei em um dos bancos, estava começando a garoar novamente. Peguei a minha bolsa e fingi que estava distraída, procurando algo. Resolvi ligá-lo, ver se ele podia me buscar, não é pedir muito.

- Alô?
- Oi, fala.
- Pode vir me buscar? Estou em uma daqueles bancos de cimento, aqui na frente.
- Mas eu não posso sair, se vira, entra aí.
- Eu não conheço nada da sua cidade, muito menos da sua escola. Vem, por favor...
- Tá, já tô indo.

Após um tempo, vejo ele vindo até a mim. Eu me odiei muito, tinha vontade de ir embora, mas não tinha coragem de largá-lo, mesmo ele me tratando de tal maneira. Abracei-o e tentei beijá-lo, porém já fazia algum tempo, em que ele estava indiferente e não dava atenção. Ele permaneceu duro, como se fosse um manequim. E continuou daquela maneira para pior...

Eu gostaria de ter um momento de colegial, como nos filmes.
Mas nem nessa hora, eu tive essa oportunidade.

domingo, 24 de junho de 2018

Diálogos I

Enquanto me auxiliava, ele disse:

- Queria ser essa tatuagem na sua pele.
- Nunca ouvi algo tão profundo.

Self Love

I'm tired to be treated like that. For me, it's ok if you kiss somebody else, but your ex-girlfriend? Again? I can't compete wit...