Recomendo
que leia ouvindo uma mini playlist,
composta por três músicas: “The Night We
Met”, de Lord Huron; “Broken”, do Jake Bugg; e “I Get Overwhelmed”, de Dark Rooms. Todas
pertencem ao gênero Indie, que não
faz o gosto da maioria das pessoas, eu entendo.
A primeira música mexe comigo de uma forma que
eu apenas visualizo nós dois em minha memória. E a segunda, recordo de estar na
mesa de jantar tomando café da manhã contigo e essa música iniciou-se, logo
perto do refrão, você disse “eu amo você”. Já a terceira faz parte da trilha
sonora de “A Ghost Story”, um filme
melancólico com pouquíssimos diálogos, mas muito profundo, quando assisti eu
fiquei imaginando se aconteceria aquilo comigo, caso eu morresse primeiro que
você.
Eu
lembro quando saímos pela primeira vez, nós fomos tomar um café, em um local
muito aconchegante, em um subsolo bem discreto, iluminado pela abertura da
escada e algumas luminárias.
Enquanto
o meu frappuccino estava gelado, eu
me questionava quando é que me aninharia em seus braços para que eu pudesse me
aquecer. Eu estava muito nervosa. Por dentro, eu tremia com receio de fazer ou
dizer algo, que minha chance contigo fosse por água abaixo.
Quando
estávamos sentados nas poltronas de couro marrom, havia um pequeno holofote da
iluminação, logo acima da sua cabeça e era exatamente como eu te vejo até hoje,
sempre como o meu maior astro, a minha celebridade.
Não
me recordo como eu pisquei e já estava em seus lábios, mas você me puxou para
si e quase perdi minha dignidade em meio àqueles estranhos, pois estava te
beijando como se o amanhã não existisse, a saia do meu vestido subia conforme
eu entrava no seu abraço. Resolvemos retirar os nossos óculos, pois não
enxergávamos mais nada através das lentes.
Ficamos
por horas conversando, contando nossas histórias e experiências durante a vida,
eu não queria que aquela noite chegasse ao fim, perdemos até a hora de irmos
embora.
No caminho para a estação, recordo que seu All Star preto, de cano alto, havia desamarrado e pediu um instante para que ajeitasse. Você agachou e eu notei que é um tanto perfeccionista, já que seu cadarço estava extremamente alinhado. Fiquei me questionando quantas veria essa cena novamente, poder te admirar, enquanto faz o ato simples de amarrar os cadarços do próprio par de tênis.
No caminho para a estação, recordo que seu All Star preto, de cano alto, havia desamarrado e pediu um instante para que ajeitasse. Você agachou e eu notei que é um tanto perfeccionista, já que seu cadarço estava extremamente alinhado. Fiquei me questionando quantas veria essa cena novamente, poder te admirar, enquanto faz o ato simples de amarrar os cadarços do próprio par de tênis.
Quando
estávamos voltando para as nossas respectivas casas, ao descer a longa escada
rolante, olhei para você de costas, logo na minha frente, pensei rápido ao ver
sua mão e resolvi segurá-la. Jamais quero soltá-la.
Antes
de adentrarmos no nosso trem, nos beijamos encostados em uma das pilastras da
estação, perto dos pôsteres. Enquanto o trem passava, as pessoas entravam e
saíam, você olhou nos meus olhos, como avistasse a minha alma apaixonada e
disse:
“Quando
nos veremos novamente?”
Jamais
alguém me disse isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário