quarta-feira, 11 de julho de 2018

Take me out tonight

Recomendo que leia ouvindo uma mini playlist, composta por três músicas: “The Night We Met”, de Lord Huron; “Broken”, do Jake Bugg; e “I Get Overwhelmed”, de Dark Rooms. Todas pertencem ao gênero Indie, que não faz o gosto da maioria das pessoas, eu entendo.

 A primeira música mexe comigo de uma forma que eu apenas visualizo nós dois em minha memória. E a segunda, recordo de estar na mesa de jantar tomando café da manhã contigo e essa música iniciou-se, logo perto do refrão, você disse “eu amo você”. Já a terceira faz parte da trilha sonora de “A Ghost Story”, um filme melancólico com pouquíssimos diálogos, mas muito profundo, quando assisti eu fiquei imaginando se aconteceria aquilo comigo, caso eu morresse primeiro que você.

Eu lembro quando saímos pela primeira vez, nós fomos tomar um café, em um local muito aconchegante, em um subsolo bem discreto, iluminado pela abertura da escada e algumas luminárias.
Enquanto o meu frappuccino estava gelado, eu me questionava quando é que me aninharia em seus braços para que eu pudesse me aquecer. Eu estava muito nervosa. Por dentro, eu tremia com receio de fazer ou dizer algo, que minha chance contigo fosse por água abaixo.

Quando estávamos sentados nas poltronas de couro marrom, havia um pequeno holofote da iluminação, logo acima da sua cabeça e era exatamente como eu te vejo até hoje, sempre como o meu maior astro, a minha celebridade.

Não me recordo como eu pisquei e já estava em seus lábios, mas você me puxou para si e quase perdi minha dignidade em meio àqueles estranhos, pois estava te beijando como se o amanhã não existisse, a saia do meu vestido subia conforme eu entrava no seu abraço. Resolvemos retirar os nossos óculos, pois não enxergávamos mais nada através das lentes.

Ficamos por horas conversando, contando nossas histórias e experiências durante a vida, eu não queria que aquela noite chegasse ao fim, perdemos até a hora de irmos embora.

No caminho para a estação, recordo que seu All Star preto, de cano alto, havia desamarrado e pediu um instante para que ajeitasse. Você agachou e eu notei que é um tanto perfeccionista, já que seu cadarço estava extremamente alinhado. Fiquei me questionando quantas veria essa cena novamente, poder te admirar, enquanto faz o ato simples de amarrar os cadarços do próprio par de tênis.

Quando estávamos voltando para as nossas respectivas casas, ao descer a longa escada rolante, olhei para você de costas, logo na minha frente, pensei rápido ao ver sua mão e resolvi segurá-la. Jamais quero soltá-la.

Antes de adentrarmos no nosso trem, nos beijamos encostados em uma das pilastras da estação, perto dos pôsteres. Enquanto o trem passava, as pessoas entravam e saíam, você olhou nos meus olhos, como avistasse a minha alma apaixonada e disse:

“Quando nos veremos novamente?”


Jamais alguém me disse isso.

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