Ainda posso te sentir no vento que rasga pelas ruas de São Paulo, eu ainda passo na frente do seu prédio, encaro aquele corredor com pouca luz e a mesa do zelador, e tudo isso, me faz voltar no tempo.
Eu te aguardava ansiosamente na fria e solitária noite de sexta-feira, ficava atenta aos barulhos no corredor, sabia que a chegada do elevador era ele. Enquanto ele abria a porta do apartamento, podia ouvia o seu suspiro de alívio ao poder retornar em casa mais uma vez.
Lembro das vezes em que ele retornava mais cedo, me surpreendia e podia ter o prazer de ficar mais uma hora ao seu lado. Ao te abraçar, amava seu perfume, sua barba mal feita, seu cabelo bagunçado e o cheiro do seu suor na camiseta.
Quando ele me soltava de seu abraço, eu pedia para que ficasse mais, e em seguida, ele me segurava mais forte do que antes, pressionando contra o seu corpo com os dois braços, meu corpo arqueava por cima do dele.
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